#bigdata #hadoop #spark
Para que se implante um novo serviço baseado em Big Data, é preciso que um cluster com n computadores (workers) exista em algum lugar. Quem deseja entregar um serviço de processamento, deve controlar o data-center que contém o cluster para a produção desse serviço. Essa é a situação por exemplo de quem faz funcionar uma empresa com modelo de negócios “Software como Serviço (SaaS)”, em que um cliente paga para usar um processamento que lhe é entregue pela rede. No ano de 2015 se está observando numerosa criação de startups que prestam serviços relacionados a Big Data, com modelo de negócios SaaS. Como já comentei nesse Blog, em serviços de tecnologia de informação, o foco correto deve ser na eficácia. Ganha o jogo quem entrega o serviço feito, nas condições que o ambiente requer. O que qualquer empreendedor precisa fazer é descobrir como oferecer seu produto ou serviço de forma que consiga atrair clientes, sendo que o cliente comprará o produto ou serviço pensando basicamente na sua própria perspectiva. Isso quer dizer que o produto ou serviço deve apresentar um conjunto de preço, valor, qualidade, suporte e outros que seja capaz de atrair clientes.
Para que se implante um novo serviço baseado em Big Data, é preciso que um cluster com n computadores (workers) exista em algum lugar. Quem deseja entregar um serviço de processamento, deve controlar o data-center que contém o cluster para a produção desse serviço. Essa é a situação por exemplo de quem faz funcionar uma empresa com modelo de negócios “Software como Serviço (SaaS)”, em que um cliente paga para usar um processamento que lhe é entregue pela rede. No ano de 2015 se está observando numerosa criação de startups que prestam serviços relacionados a Big Data, com modelo de negócios SaaS. Como já comentei nesse Blog, em serviços de tecnologia de informação, o foco correto deve ser na eficácia. Ganha o jogo quem entrega o serviço feito, nas condições que o ambiente requer. O que qualquer empreendedor precisa fazer é descobrir como oferecer seu produto ou serviço de forma que consiga atrair clientes, sendo que o cliente comprará o produto ou serviço pensando basicamente na sua própria perspectiva. Isso quer dizer que o produto ou serviço deve apresentar um conjunto de preço, valor, qualidade, suporte e outros que seja capaz de atrair clientes.
No caso de empresas
relacionadas a Big Data, é
particularmente provável e adequado atuar num modelo de negócios
SaaS, onde
o serviço é vendido no contexto de
“Business
to Business
(B2B)”.
Por exemplo: uma empresa de media (setor
cultural) deseja obter um relatório
sintetizado que mostra como o seu produto cultural está sendo
comentado por redes sociais. Isso pode ser feito a partir dos dados,
que são vendidos pelas empresas de rede social, e processados para
que se obtenha a síntese desejada. A tecnologia de Big Data é muito
adequada para dar conta desse requisito, mas sobre a tecnologia
básica de Big Data é
preciso que se desenvolvam
algoritmos configuráveis para que se atinja o
resultado na forma que o cliente realmente entenda e veja valor para
si (e, portanto, anime-se a pagar pelo serviço). O empreendedor no
modelo SaaS tem a responsabilidade
de desenvolver o software sobre a tecnologia de Big Data, de colocar
o software em produção, de vender o serviço, e de entender o que
os clientes querem para seguir aperfeiçoando o software.
Uma empresa startup que
se proponha a fazer algo como descrito acima opera no risco, como
toda empresa privada com fins lucrativos. A proposta de negócio pode
dar errado. Para que dê certo, o dinheiro que os clientes pagam deve
ser suficiente para pagar salários, impostos e outros custos, e
ainda dar lucro. Um aspecto interessante a considerar são as opções
que um empreendedor como esse tem para viabilizar o data-center para
seu negócio. É quase uma certeza que o empreendedor vai escolher
alugar um data-center na nuvem. Isso porque um data-center na cloud é
muitíssimo menos custoso e mais simples de se implantar que uma
alternativa local.
Alguns
clientes têm motivos – muito compreensíveis – para não permitir
que os dados sejam processados fora de seu data-center local.
Exemplos desses
clientes incluem
empresas financeiras e empresas com alta tecnologia (no setor de
petróleo, farmacêutico,
militar e outras). Mesmo para atender clientes assim, a cloud é
muito útil para um empreendedor prestador de serviço. Isso porque
antes de se fechar
um contrato de maior valor,
em geral são feitos vários testes ou provas de conceito. Isso pode
ser feito na cloud a
custos baixos, usando
dados falsos (mas no formato dos dados verdadeiros). Em se ficando
satisfeito com o desempenho experimental feito na cloud, com todos os
envolvidos convencidos de que o serviço será de fato feito a
contento, então passa-se para a fase de se implantar o serviço
dentro do data-center do cliente, com a exata mesma tecnologia que se
testou na cloud.
As empresas fornecedoras
de data-center na cloud operam um modelo de negócios conhecido como
“infraestrutura como serviço (IaaS)”.
O custo do serviço prestado por
essas empresas é um fator da maior importância para sua
competitividade. Como consequência, as empresas nessa categoria têm
altas vantagens por tornarem-se grandes e com abrangência mundial, e
o preço do serviço torna-se cada vez menor.
Uma lista das atuais empresas importantes nessa categoria inclui Amazon (produto AWS), Google (produto Cloud Platform), Microsoft
(produto azure), Digital Ocean e muitas outras. O crescimento da
atividade de IaaS tem sido explosivo. O leitor interessado pode
procurar por exemplo por “amazon IaaS growth 2014”, e ler sobre
isso.
O uso massivo e
crescente de data-center remoto na
cloud é um fenômeno mundial, e faz
surgir questões de interesse estratégico. Esse uso massivo leva a
que muito processamento seja feito fisicamente em local e infraestrutura não controlada pelo
governo de um país.
Tal situação
permite prever teoricamente um novo tipo de pressão política entre
nações, que poderia ser negativo para países como o Brasil. Uma
política que eventualmente prevenisse essa
situação seria a de se incentivar
uma indústria local de cloud a partir de se onerar com impostos a
compra de serviços IaaS
feitos por empresas estrangeiras. Mas
não há almoço grátis, ou seja, a
eventual implantação de uma política para proteger a atividade
local de IaaS é ao mesmo tempo um forte estímulo negativo
para a atividade de se empreender
e inovar no modelo SaaS.
A sociedade deve estar preparada para discutir qual política deseja
para regular a atividade de processamento digital de informações.
Eu trabalho na UFRJ
desde 1991, e atuo ensinando e orientando alunos em temas como
desenvolvimento de software para Big Data, cloud, mobile, otimização
e outros. É com orgulho que observo que alguns dos nossos melhores
alunos abrem empresas startups em atividades como SaaS.
Entendo que é muitíssimo mais produtivo e promissor para toda a
sociedade Brasileira apostar no crescimento
das empresas no modelo SaaS
(não necessariamente Big Data) do que proteger a atividade IaaS. Uma
das poucas coisas que ainda se consegue fazer no Brasil com chance de
ser competitivo mundialmente é uma empresa de software no
modelo SaaS, pois nossas severas
deficiências (que compõe o chamado “custo Brasil”) são menos
relevantes no caso da atividade de software. A eventual política em
favor de se proteger a atividade de IaaS vai encarecer o uso de
data-center remoto, e retirar competitividade do
SaaS, um promissor segmento para
o Brasil.
Para o leitor que
imagina que uma política para proteger IaaS onerando o SaaS seria
boa, sugiro que pense como seria
nossa vida se tivéssemos uma
política análoga para proteger a produção de chip de CPU, que é
uma atividade ainda mais competitiva e concentrada que IaaS. Digamos
que seja possível produzir no Brasil CPU's no Brasil por um custo
100 vezes maior. Seria sensato onerar toda a sociedade Brasileira
forçando todos nós a usar CPU's produzidas aqui, ao invés de comprar
essa mercadoria por quem a produz de forma eficiente? Se
eventualmente fizéssemos isso e de fato onerássemos toda a
sociedade, haveria chance real de um dia termos uma indústria
nacional de
CPU que atingisse competitividade mundial? O que a história
econômica recente nos ensina? O que
fazem outros países?
--------------------------------------------------------------------------------
Sergio
Barbosa Villas-Boas (sbVB), Ph.D.
software
development, Big Data, cloud, mobile, IoT, HPC, optimization
sbvillasboas@gmail.com,
sbvb@poli.ufrj.br
Skype:
sbvbsbvb
http://www.sbVB.com.br
https://www.linkedin.com/in/sbvbsbvb
+55-21-97699-1337
Nenhum comentário:
Postar um comentário