2015-05-15

7) Big Data, empregabilidade e destruição criativa

#bigdata #hadoop #spark

A história mostra numerosos exemplos de tecnologias inovadoras em seu tempo que transformaram profundamente o ambiente econômico. Lembremos de alguns: a mecanização no setor rural, a automatização e robotização em fábricas, os super cargueiros que transportam mais matéria em menos tempo e por menos custo, o uso de software para aumento de eficiência de serviço burocrático e de secretaria. A humanidade já acumulou muito conhecimento tecnológico, e seguimos acumulando cada vez mais. Já vimos muitos processos produtivos serem transformados por tecnologias, e muito mais ainda está por vir. Joseph Schumpeter cunhou o termo “destruição criativa” que pode resumir o processo como uma tecnologia suplanta a anterior. Big Data é uma tecnologia de informação que está no foco dos tempos atuais, com alto potencial de criar novos valores e processos. É característica fundamental do século 21 o uso massivo de computação, e muitas vezes a tecnologia por trás disso é Big Data. Alguns exemplos do uso quotidiano de Big Data é buscar algo no Google, postar no facebook ou comprar na Amazon. No Brasil temos exemplos também, tal como o painel de notícias recomendadas do globo.com, ou o relacionamento com clientes do Hotel Urbano. Mas tudo que se fez até agora é pouco. A maior parte das transformações ainda está por vir. Governos, empresas e profissionais de TI prudentes e antenados com seu tempo devem investir tempo para buscar adaptar seu modo de viver, criar e trocar valor. Quem apega-se a modelos de vida com pacto com o passado pode ter sérias dificuldades de viver com prosperidade.



Os profissionais de TI, que vivem de prestar serviços profissionais no mercado de trabalho, já estão acostumados a verem tecnologias novas tornarem-se valorizadas pelo mercado. O vigoroso dinamismo é a característica mais marcante do mercado de TI. Para esses profissionais, o recado agora é claro: a tecnologia da vez é Big Data. Os melhores salários, as melhores oportunidades, os melhores projetos, tendem a ser vinculadas a Big Data, e por isso o profissional faz muito bem para sua empregabilidade por estudar essa tecnologia.


Muitas empresas têm relação forte com TI, e podem beneficiar-se do uso de Big Data para criar mais valor. De fato, quanto mais nos damos conta de o que se pode fazer com a tecnologia digital, mais nos parece primitivo trabalhar sem observar os resultados por essa tecnologia produzidos. A concorrência – sempre muito grande, e crescente mais e mais – serve de estímulo para que empresas invistam em tecnologias inovadoras com o objetivo de ganhar produtividade. A empresa pode investir para melhorar processos que já tem, e também para explorar novos valores inovadores a partir do uso de Big Data. Repita-se: ainda há muito a ser feito. Se a empresa não investir, pode acontecer de em pouco tempo tornar-se sem competitividade para se sustentar no mercado.

Os integrantes do governo que efetivamente desejam construir estruturas do Estado eficientes, têm muito a ganhar pelo uso de tecnologia de informação em geral, em particular Big Data. O uso de tecnologia de informação já mostrou enorme valor por exemplo no caso do sistema de imposto de renda no Brasil. Quem já declarou imposto de renda com sistema pré tecnologia de informação não tem nenhuma saudade daquela forma ineficiente de se trabalhar. É tecnicamente possível melhorar muitíssimo a eficiência da sociedade a partir do uso com sabedoria de tecnologia de informação em sistemas relacionados ao governo, incluindo a área de impostos, criação/fechamento de empresas, processamentos jurídicos e policiais, sistema carcerário, transparência fiscal, saúde pública, educação, transportes e muito mais. Registre-se que há iniciativas governamentais de se explorar o potencial de novas tecnologias para inovações que poderão trazer benefícios a população. Uma delas é a disponibilização de dados feito por algumas cidades, entre elas o Rio de Janeiro (http://data.rio.rj.gov.br/). No meu curso de tecnologia de Big Data da UFRJ, alguns dos trabalhos são feitos em que os alunos escrevem código Big Data em Spark para tratar esses dados.

Há que se comentar sobre o processo de implantação de tecnologias inovadoras. Um software novo e muito bem concebido é muitas vezes o centro de muitas inovações importantes. Mas é igualmente importante que se trabalhe a mente das pessoas que vão usar e interagir com o software em questão. Por exemplo: seja uma empresa que deseja incorporar o uso de um novo sistema baseado em Big Data para aprender como os usuários e clientes percebem o produto da empresa. O que realmente se espera fazer é tornar a empresa como um todo mais eficiente e, portanto,z mais lucrativa. Para esse objetivo ser atingido, é preciso que o time que usa o software compreenda como a empresa cria valor e lucra, para que se conduza os conhecimentos produzidos pelo processamento massivo de dados em ações e decisões que melhorem o desempenho e o lucro da empresa. O profissional de TI deve, portanto, ter também um bom conhecimento do modelo de negócios da empresa em que trabalha, para tornar-se um efetivo colaborador com a missão da empresa, hora pensando em detalhes sórdidos de tecnologia, hora pensando em processos e modelos de negócios. Os usuários e clientes muitas vezes interagem diretamente sobre o os dados, e para esses há que se pensar em interfaces intuitivas e modelos de negócio atrativos e com lógica simples.

A construção de uma sociedade estruturalmente eficiente é a única forma de se obter prosperidade coletiva. O uso intenso e sábio de tecnologia de informação, inclusive Big Data, é peça fundamental na transformação de aumento de eficiência da sociedade.

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Sergio Barbosa Villas-Boas (sbVB), Ph.D.
software development, Big Data, cloud, mobile, IoT, HPC, optimization
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